DIA 21/21
Exatamente onde estou. Para o dia 21, vou fazer um ao vivo, e, através das coisas que fiz hoje, vou falar sobre como me senti com esse sendo o dia 21.
São Paulo.
Me impressionei com o frio. Toda vez que você pensa que está frio, fica mais… As ruas estreitas passam uma corrente de vento bizarra que no interior não se vê. O frio é diferente. Na Europa também me impressionei com a velocidade do vento — algumas árvores e bandeiras entortavam praticamente no meio, principalmente perto do mar… Tinha dia que a coisa ficava feia.
Ontem me senti tocada escrevendo. Por mim mesma, pra ser sincera. Por justamente ter mantido minha ideia. Fico feliz por ter feito tuuuuudo isso só pra mim. Só para ter. Só para as pessoas mais próximas olharem e pensarem: “aaah… entendi.”
Hoje saímos, e demorei um pouco para pensar em escrever o dia de hoje. Não tive pressa até agora, e já são quase 8 da noite. Nos últimos dias, até as 15h já estava tudo escrito e editado… Enfim, foi uma rotina que — pasmem — mudou a minha rotina.
Fazia algum tempo que eu não conseguia ver a minha própria rotina como algo saudável e sustentável. Ela já estava se arrastando. Não que estivesse ruim — inclusive cuidei muito mais da minha saúde física… pode ser a balança.
Comecei a me tornar mais sensível à percepção de quais horários estou mais criativa ou “limpa” pra criar alguma coisa. Percebi que a chegada de novas ideias “brilhantes” ficou mais fácil, como se um ponto de conhecimento se ligasse ao outro da dúvida: “será que fica legal?” — é isso o que está escrito na linha que junta o que você já sabe com o que acha que pode criar. — Ficou muito complexo? Peço perdão. Um dia vou conseguir explicar de uma forma mais… normal.
Vi que meu corpo físico se adequou a isso também… Ele exigiu muitas horas de descanso. Mas não estou falando de dormir — e sim de se proporcionar um tempo com a mente desocupada. Sem hora para se preocupar. Tanto é que, nos sábados e domingos em que fiquei em casa, dormi 10 horas por noite e ainda tirei um cochilo de 40 minutos em algum momento da tarde.
Em alguns momentos de cansaço no dia de hoje, pensei sobre o que escreveria — hoje — para o blog. Com certeza pelo momento de introspecção que se passa voltando pra casa no trem.
Hoje segui a sensação para escrever. Desde o primeiro dia eu sabia que o último seria o mais emocionante — por todo o “conseguir”, por toda revolução interna que se passa quando se constrói algo que se quer.
A verdade do querer fazer é tanta que te faz voltar pro giz de cera ou pra canetinha colorida.
Nas últimas semanas, tenho assistido muito desenho. Vi Hércules, Moana 2, A Nova Onda do Imperador. Shaun, o Carneiro (a Netflix fez 10 episódios e a qualidade do desenho está simplesmente bizarra).
Bom… Não é sobre a sensação de vencer. É pelo processo. O caso de se conhecer pra onde não se via, onde não se tinha ideia de como era. Era o outro lado — aquele que, de certa forma, eu fazia baldeação com a dúvida. Depois de um tempo, com a certeza: “é, dá sim.”
Realmente, dá sim.
Estou feliz por esse realmente ser meu. Próprio dito: meu.
Por ser uma comemoração, pintei as unhas de branco.
Não recusei comer as coisas que estava com vontade.
Alguns treinos de yoga e core ficaram para trás… Mas isso não é um problema quando a intenção é descansar.
Vejo como em cada dia pude acessar uma outra parte de mim mesma pra compor a ópera do pensar — escrever — e revisar.
Alguns dias a revisão foi tão chula, justamente por saber que mudar demais atrapalharia. Em outros, cada palavra importou. Cada tom de música que ouvi foi medido pra ver se encaixava com a escrita.
Agora, o que sinto é o coração acelerado pensando:
“E daqui… os próximos 21 anos?”
O abismo entre olhar para trás e ver alguns dias — e olhar para frente e se deparar com anos…
A ansiedade sempre pega aqui, e não adianta mentir. Alguma coisa acontece. Mesmo quando você não se importa tanto.
É o mesmo que olhar pra cima numa rua cheia de prédios.
Você não sabe sobre o céu que se vê lá de cima.
Mas, com certeza, lidando comigo mesma nesses últimos dias, me comprometendo a fazer algo novo pela primeira vez — por conta própria, só porque quero — vi, e de certa forma sempre soube, que teria muita empatia e compaixão de mim mesma, por mim.
Eu já tinha feito as pazes comigo há algum tempo.
Me colocar num desafio como esse, de não só saber, mas ter de fato o próprio apoio, foi como a comprovação.
O saber palpável da certeza.
Obrigada ao passado e às desavenças que me ensinaram a ter calma.
Agradeço a tudo o que conspirou.
Às estrelas, a Deus, às minhas orações.
Aos dias de sol, às escritas.
Às palavras que, por sorte, têm muito significado.
A todos que me apoiaram e me fizeram sentir apoiada.
Todo reconhecimento pelo dia de hoje, e por tudo o que me trouxe.
Todo amor, paz e conhecimento para o dia de amanhã.